GT de Emergências Sanitárias debate sobre condições de trabalho na saúde, flexibilização das atividades econômicas e interiorização coronavírus em Pernambuco

Aconteceu nesta sexta-feira (26/06), a reunião ampliada do Grupo de Trabalho (GT) de Emergências Sanitárias do Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco (CES/PE), que debateu sobre o trabalho dos profissionais das Unidades Estaduais de Saúde que atuam na linha de frente da Covid-19, discutiu os impactos da flexibilização das atividades econômicas e a interiorização do novo coronavírus em Pernambuco.

Participaram da reunião a Secretária Executiva de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (SEGTES – SES), Ricarda Samara; a Diretora Geral de Gestão do Trabalho, Vanessa Diniz; o Diretor Geral de Controle de Doenças e Agravos, George Dimech; e a Gerente de Gestão Estratégica e Participativa, Ana Paula Melo, que realizou a apresentação do cronograma para a adequação da Programação Anual de Saúde (PAS) 2020 frente às ações da Covid-19.

De acordo com os dados apresentados pela SEGTES para o enfrentamento da Covid-19, a SES/PE realizou a nomeação de 2.871 profissionais de saúde do Concurso Público realizado em 2018 e contratou 4.231 profissionais para atuarem nas redes hospitalares da Secretaria Estadual de Saúde, Lacen-PE, SVO, e no atendimento pelo aplicativo Atende em Casa. Ampliou a capacidade de testagem em profissionais que estão nos grupos de risco, oferece suporte aos profissionais e familiares infectados com a Covid-19 através do Programa Acolhe SES, e disponibilizou um espaço virtual de Educação Permanente em Saúde, com cursos online, informativos e orientações da ESPPE.

Atentos ao crescimento dos números de casos entre os profissionais da saúde, principalmente em técnicos de enfermagem e enfermeiros, os membros do GT de Emergências Sanitárias destacaram a importância de reforçar a quantidade e qualidade dos EPIS, e a revisão dos valores de remuneração para os profissionais que atuam na linha de frente da Covid-19, incluindo o adicional de insalubridade. Além disso, analisar as questões raciais e sociais que interferem nesta crise sanitária.

Segundo o conselheiro Ronaldo Vasconcelos (segmento trabalhador – COREN/PE), o Brasil é o país que tem maior número de profissionais de enfermagem infectados: “Temos que lembrar que Recife faz parte de um Polo Médico muito importante. O volume de profissionais de enfermagem que circulam entre os hospitais se tornou um grande veículo de contaminação, porque teve falha na qualidade dos EPIs. Outro ponto que precisa ser debatido neste momento é o valor que estão sendo pagos para estes profissionais. É inadmissível um profissional receba um salário base de 700 reais”.

Ratificando a defesa pelo trabalhador da saúde, o conselheiro Jorge Mário (segmento usuário – NCST/PE) ressaltou a importância de se debater a insalubridade, as condições de trabalho dos profissionais que atuam na linha de frente da Covid-19 e abordar a saúde do trabalhador neste momento de pandemia.

Durante a reunião, o conselheiro Pedro Miguel (segmento gestor/ prestador – FIOCRUZ-PE) destacou como prioridade hoje, não apenas na Região Agreste, mas em todo território pernambucano, a necessidade de se manter o isolamento social e o fornecimento de EPIs. “Os números de transmissão de coronavírus no Brasil tendem a ultrapassar os Estados Unidos. Não podemos aceitar que exista um quantitativo de casos para contaminação de covid-19, sendo este percentual de 3% da população, representaria aproximadamente 200 mil pernambucanos e 4 milhões de brasileiros. O SUS faz parte dessa luta. Todas as pesquisas nacionais confirmam o isolamento e os EPIs como tentativa máxima de tentar postergar a transmissão do vírus e de diminuir a taxa de letalidade”, defendeu.