Pleno do CES/PE debate a retomada da Assistência Ambulatorial durante a pandemia da Covid-19
O panorama da retomada da assistência ambulatorial especializada nas Unidades de Saúde da Rede Estadual esteve em debate na quarta-feira (25/11), na 520ª Reunião Ordinária Conselho Estadual de Saúde de Pernambuco (CES/PE), por meio de webconferência. A exposição do tema foi realizada pela Secretaria Executiva de Atenção em Saúde (SEAS/ SES-PE). Na ocasião também estiveram presentes as representantes da Superintendência Estadual do Ministério da Saúde em Pernambuco (SEMS-PE), Roberta Amorim e Ana Paula Amorim.
A SEAS, por meio de suas diretorias, apresentou os dados e informações sobre retomada da assistência ambulatorial especializada nas Unidades da Rede Estadual de Saúde. A apresentação foi realizada pela Diretoria Geral de Assistência Integral à Saúde (DGAIS), representada por Rodrigo Bezerra Pires; pela Diretora Geral de Assistência Regional (DGAR), Carol Lemos; e pela Diretora Geral de Modernização E Monitoramento De Assistência À Saúde- (DGMMAS), Flávia Lira.
Em virtude da pandemia da Covid-19 houve a suspensão dos atendimentos ambulatoriais que para reduzir os riscos de transmissão do novo coronavírus. A partir de junho de 2020 voltaram a ser ofertadas as consultas ambulatoriais pelas unidades da Rede Estadual seguindo as recomendações para a aplicação de medidas que garantam segurança aos pacientes, conforme a Portaria SES nº 208/2020.
A equipe técnica da SEAS destacou que os atendimentos ambulatoriais dos seis grandes hospitais (HAM, HBL, HOF, HGV, HRA E HR) são preferencialmente para os pacientes egressos do serviço, em decorrência da grande demanda das Emergências, sendo ofertado atendimento preferencial aos pacientes que tiveram suas consultas desmarcadas, ou adiadas, em decorrência do fechamento dos ambulatórios. Enquanto que a retomada dos atendimentos ambulatoriais na Rede de Gestão Indireta ocorreu por meio atendimento presencial e teleatendimento.
Além disso, os pacientes que possuem sequelas respiratórias por causa da Covid-19 contarão com um ambulatório especializado no Hospital Otávio de Freitas. Ainda sobre o ponto de vista das cirurgias eletivas, a SES-PE tem a proposta de realização de mutirão de cirurgias que será realizada em momento oportuno.
A conselheira Carmela Alencar (segmento trabalhador – SEEPE) ressaltou a necessidade da retomada dos atendimentos especializados para população e destacou a importância de um protocolo de segurança voltado para marcação e atendimento da população nos serviços e unidade de saúde, considerando que estamos num período em que temos uma oscilação das taxas do coronavírus.
A conselheira Juliana Cesar (segmento usuário- GESTOS) mencionou que na instituição que representa recebe vários relatos de pessoas que estão tendo dificuldade de ter agendamento, acompanhamento. Em reposta à conselheira, Flávia Lira (DGMMAS) informou que o Hospital Correia Picanço é a unidade de Referência estadual para o tratamento de doenças infecto-contagiosas. Pelo fato da marcação ser presencial ou por telefone, a direção do hospital já está articulando com coordenação de saúde da Prefeitura do Recife para descentralizar um pouco os Serviços de Assistência Especializada (SAE), obedecendo aos critérios de segurança do paciente e do servidor.
O Conselheiro Isaac Machado (segmento usuário – Sociedade Assistencial Saravida) alertou sobre a dificuldade da população da pessoa com deficiência de acessar a saúde básica, devido mudança que houve em alguns postos de saúde de Recife, até por terem sido colocados como Centros de referências para Covid-19.
De acordo com conselheiro Humberto Antunes (segmento Gestor – SES-PE) e Secretário Executivo de Gestão Estratégica e Participativa da SES-PE, há vários impactos que refletem na questão retomada integral da assistência ambulatorial especializada. “O SUS não voltou ao trabalho efetivamente das atividades clinicas diante de suas demandas. O esforço hoje ainda é em relação aos atendimentos de infecção por Covid-19, então nenhum setor organizado da saúde pública pode retomar suas atividades ambulatoriais devido exatamente ao impacto que a Covid-19 exerceu sobre toda rede, não só sobre as questões assistenciais, mas nas questões de vigilância em saúde, na realização efetiva de testagem na população, na organização desse sistema na abordagem das pessoas positivadas, e de como será o efetivo tratamento. Sabemos que estamos acumulando um certo número de pessoas que precisam de atendimentos especializados, mas que oportunamente e infelizmente temos que ter uma priorização da entrada dessas pessoas na pouca oferta de atendimento e pela impossibilidade de retomar a força executiva e assistencial por completo”, afirmou.